Prefeitura vai promover formação continuada em Educação Escolar Quilombola


 Nesta quinta(4), a Coordenação da Educação Escolar Quilombola da Secretaria Municipal da Educação (SEDUC) e a Coordenação da Educação Escolar Quilombola da Secretaria da Educação do Estado (SEC) realizaram um encontro virtual para definir os detalhes sobre a formação continuada que será realizada com educadores que trabalham nas escolas quilombolas e nas que recebem alunos de comunidades quilombolas em Alagoinhas.

                                     

O encontro deu seguimento às ações focadas na qualificação e fortalecimento do processo de ensino-aprendizagem nas Comunidades Remanescentes de Quilombo do município. Marcando o inicio desta parceria, a Coordenação da SEC-BA disponibilizou publicações importantes para a fundamentação teórica dos educadores. Na reunião também ficou definido a doação, a cada escola quilombola de Alagoinhas, de uma unidade da “Arca das Letras”, programa desenvolvido pela Secretaria de Educação, em parceria com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar, do Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Desenvolvimento Rural.

De acordo com a coordenadora municipal, Dulcineide Bispo, a formação faz parte do Plano de Ação 2021 do setor e está prevista para ainda este ano letivo. “A modalidade da Educação Escolar Quilombola deve ser pautada nos saberes locais, sendo assim, garantir a formação para os educadores das escolas quilombolas e das que recebem estudantes quilombolas é garantir uma  construção identitária desses estudantes, de reconhecimento e fortalecimento da sua ancestralidade, cultura e tradições, propiciando uma aprendizagem a partir dos saberes  dos povos da própria comunidade”, afirmou Dulcineide.

                                 

O secretário municipal de Educação, Gustavo Carmo, ressaltou a importância da formação para o desenvolvimento de uma pedagogia própria que respeite e valorize as peculiaridades das comunidades e dos alunos quilombolas. “ Um dos caminhos  para se concretizar uma educação que realmente atenda às demandas da população quilombola, é o investimento em formação e em materiais didáticos e literários que contenham informações sobre os saberes, histórias e cultura destas comunidades, ou seja, é necessário que o educador esteja dotado de conhecimentos e metodologias necessárias para o desenvolvimento de um ensino qualificado e contextualizado”, afirmou Gustavo Carmo.

Avanços

                                      

Com  o corpo técnico formado pelas professoras licenciadas em História,  Ana Gonçalves e Rose Martins,  a Coordenação da Educação Escolar Quilombola é uma das divisões da Diretoria de Ensino e Apoio Pedagógico, responsável pelo planejamento e execução das demandas pedagógicas da SEDUC.

De acordo a coordenação, um dos principais objetivos do setor é a construção das Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação Escolar Quilombola, e nesse sentido, além da formação prevista, o núcleo tem promovido  escutas e debates sobre a realidade dos estudantes quilombolas, a exemplo do encontro virtual “Conversa Quilombola: o que dizem os educadores sobre os desafios da Educação Escolar Quilombola em Alagoinhas?, durante a Jornada Pedagógica 2021, a reforma das escolas com adaptação de um espaço de leitura, arte e cultura negra. As equipes da SEDUC também estão preparando uma proposta pedagógica para o dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e na fachada das escolas quilombolas estão sendo acrescentadas uma referência a esta especificidade.

Alagoinhas conta com três comunidades certificadas como remanescentes de quilombos, o Cangula e o Oiteiro, no distrito de Boa União, e o Catuzinho, no distrito de Riacho da Guia, e existe ainda a comunidade do Buri, no Riacho da Guia, que está em processo de autodeclaração. Em relação às escolas quilombolas do município, duas estão localizadas em comunidades já reconhecidas, a Escola Municipal Carlos Gomes ( Cangula), e a Escola Municipal Jorge Amado (Catuzinho), duas recebem estudantes quilombolas, que são as escolas municipais Dom Avelar Brandão Vilela e a Miguel Santos ( sede do Distrito de Boa União), e uma, a Escola Municipal Senhor do Bonfim, está localizada no Buri.


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