A cidade de Alagoinhas amanheceu mais silenciosa nesta sexta-feira (28), marcada pela despedida de um dos seus maiores nomes da comunicação e do comércio local: Edgar de Souza Torres, que faleceu na noite de quinta-feira (27), aos 96 anos.
Natural do Arraial do Junco — atual município de Sátiro Dias —, Edgar nasceu em 7 de fevereiro de 1929 e construiu em Alagoinhas uma trajetória marcada por empreendedorismo, tradição familiar e um profundo compromisso com a comunicação comunitária. Sua atuação no comércio foi expressiva, com a fundação de importantes empreendimentos como o Armazém União, Casa dos Colchões, Lojas Unimóveis, Casa dos Presentes e Torres Magazine.
Mas foi no dia 2 de julho de 1980 que Edgar Torres fincou seu nome definitivamente na história da comunicação local, ao fundar a Torres Som, ao lado do filho Elder Torres. A empresa se tornou uma escola para dezenas de comunicadores da cidade, entre eles Jorge Oliveira, Antonio Carlos Costa, Roberto Feliciano e Tony Menezes. Um dos símbolos da Torres Som é o serviço de alto-falantes “A Voz da Cidade”, conhecido como rádio de poste, que continua operando no centro de Alagoinhas desde os anos 1940, mantendo viva uma tradição iniciada por nomes como Antônio Lacerda e Juvenal Casaes.
Homem de valores sólidos, Edgar construiu uma grande família. Deixa a viúva Urânia Alves, 12 filhos — Edna, Eliane, Elder, Elma, Elber, Elger, Cristiano, Gabriela, Sidney, Karine, Davi e Igor —, além de 31 netos e 14 bisnetos.
O velório ocorre na Igreja Matriz de Santa Teresinha, com sepultamento previsto para esta sexta-feira (28), no Memorial Parque da Osab.
Homenagens
O falecimento de Edgar Torres mobilizou autoridades, familiares e nomes importantes da cultura baiana. O prefeito Gustavo Carmo publicou nota destacando a importância de Edgar para a cidade:
“Se despediu de nós um grande homem, parte integrante da nossa cidade. Em particular, nossa família perde um amigo. Com certeza ele e Judélio se reencontrarão com um afetuoso e saudoso abraço no plano espiritual.”
O escritor Antônio Torres, membro da Academia Brasileira de Letras e sobrinho de Edgar, também prestou homenagem emocionada:
“Desde a minha infância, quando dele ganhei um presente memorável — uma bola de futebol — até o dia em que me deu a camisa do uniforme do ginásio. Descanse em paz, querido Edgar.”
Décio Torres, membro da Academia de Letras da Bahia, lembrou o carinho e a responsabilidade do tio:
“Sempre nos ajudou em todos os momentos difíceis, e compartilhava a alegria dos nossos sucessos com orgulho. Alagoinhas perde um honrado empresário do comércio e da comunicação, sempre pautado pela responsabilidade e ética.”
Já o também escritor Tom Torres, radicado em Maceió, destacou o papel transformador de Edgar em sua vida e na política local:
“Esse é o meu tio Edgard, o homem que me botou na linha. Foi ele quem tirou Judélio Carmo dos braços da ditadura e o convenceu a entrar na política, pela oposição.”
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