Nova chefe do MP-BA promete fortalecer a fiscalização da atividade policial

"Policial não é pra ser considerado bandido. É pra ser considerado mocinho", afirma Norma.´
 Foto: Felipe Iruatã | Ag. A Tarde 


A nova procuradora-geral de Justiça, Norma Cavalcanti, acredita que policial “tem que ser considerado mocinho”. Prometendo fazer da segurança pública uma das prioridades de sua gestão à frente do Ministério Público da Bahia (MP-BA), a chefe do órgão comentou, em entrevista ao A TARDE, os últimos casos de violência policial registrados na Bahia.

Ela prometeu fortalecer a fiscalização da atividade policial e ponderou que a população precisa ter segurança nos agentes, e não considerá-los bandidos. No último dia 5, quatro PMs foram presos após serem filmados agredindo suspeitos com madeira, no bairro da Liberdade, em Salvador. No mês passado, outro caso de uso abusivo da força por policiais ganhou repercussão no estado, quando um adolescente foi agredido em uma abordagem e chamado de “vagabundo” por causa do cabelo, em uma atitude racista.

“A polícia deve ser protegida. Policial não é para ser considerado bandido, é pra ser considerado mocinho. Temos que ter segurança no sistema policial. Nós precisamos da polícia, é fator importante na engrenagem. Eu costumo dizer que o réu policial comete dois crimes: contra a vítima e a sociedade. Crime contra a farda. É preciso acreditar na polícia, ver o policial e pedir ajuda”, defendeu Norma, em visita institucional ao grupo, a primeira a um veículo de comunicação desde que foi empossada. A procuradora-geral de Justiça foi recebida pela diretoria de A TARDE.

Questionada sobre a política de segurança do governo Bolsonaro, Norma disse que a gestão “ainda tem pouco tempo”, mas considerou que propostas como a do excludente de ilicitude, do ministro de Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, já existem na prática nas leis brasileiras.

Crime

Ao falar sobre o crime organizado em Salvador, a chefe do MP-BA afirmou que todo bairro da capital baiana tem algum tipo de facção, o que provoca uma “tragédia”. “Estamos perdendo jovens de 22 anos. O convencimento para entrar no tráfico é muito grande. Eles têm a clareza de que ficarão pouco tempo presos”, lamenta. No interior do estado, o problema é o crack. “O crack chegou nas cidades menores da Bahia. As cidades pequenas, com 10, 20 mil habitantes, têm crack. Então mata na rua mesmo.”

PEC emergencial

Norma ainda fez críticas ao texto da chamada PEC Emergencial, do governo federal, que cria regras mais duras para os governos estaduais, acionando gatilhos de ajuste fiscal em situações de crise. Entre os gatilhos, estão medidas que atingem o servidor público, como redução da jornada de trabalho em 25%, com corte proporcional de salário. A matéria ainda proíbe reajustes, criação de cargos, reestruturação de carreiras e concursos por dois anos.

Para a PGJ, o texto é mais um ataque contra o servidor público. “Colocaram jabutis dentro da PEC, colocaram a Justiça dentro da PEC, que é dura. Estamos acompanhando isso, conversando com os congressistas em Brasília. O MP desata nós e constrói pontes”, disse.

FONTE: A TARDE

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