PIB de Bolsonaro é o pior em três anos

Guedes e Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR


O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,1% em 2019, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (4) . É o pior resultado depois da depressão de 2014-2016, quando a economia cresceu em média 1,3% nos anos 2017 e 2018, após as quedas de -3,5% em 2015 e de -3,3% em 2016. Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,3 trilhões.

O resultado do PIB só confirma o desastre da política econômica, ou a falta dela, do governo Bolsonaro&Guedes. As promessas de geração de emprego e de retomada do crescimento econômico no início do governo não aconteceram e a crise se agravou tanto no último trimestre de 2019 que nenhuma orquestração de “recuperação” da economia foi capaz de esconder: quedas generalizadas na produção industrial, nas vendas do comércio varejista e no setor de serviços. O ano encerrou com 11,6 milhões de desempregados e mais de 38 milhões de brasileiros no trabalho precário, um recorde na taxa de informalidade.

Com a economia no fundo do poço o governo cortou investimentos, torrou estatais e cortou direitos trabalhistas e previdenciários.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo – máquinas, equipamentos e construção civil ou quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, ou seja, aqueles bens que servem para produzir outros bens) registraram 2,2% no ano passado, um resultado menor do que os 3,9% verificados em 2018.

O governo cortou investimentos públicos, reduziu os créditos ao setor privado, paralisou obras públicas e tornou o BNDES, o banco de fomento, em banco a serviço das privatizações e de fonte de recursos para pagamento de juros da dívida pública. Pagou mais juros e a dívida líquida do setor público aumentou.

Em 2019, a balança comercial brasileira teve o menor superávit desde 2015, de US$ 46,7 bilhões, 19,6% abaixo do registrado em 2018.

Nem a queda da Selic foi capaz de impulsionar os investimentos privados.

TAXA DE INVESTIMENTOS DESABA

Em 2019, a taxa de investimentos caiu ao pior patamar em 50 anos, registrando uma taxa de 15,4%, 21% abaixo do ano de 2013. Em 2018, a taxa era de 15,8%.

Com a informalidade recorde e a renda achatada, o consumo das famílias desacelerou 1,8%, após avanços de 2% em 2017 e 2,1% em 2018. Segundo o IBGE, foi o resultado mais fraco desde 2016.

Todos os setores tiveram crescimento pífio em 2019: a indústria cresceu apenas 0,5%, os serviços, que representam dois terços do PIB, tiveram alta de 1,3% e a agropecuária subiu 1,3%. O consumo do governo caiu 0,4%.

CORONARÍVUS

As estimativas para o crescimento do PIB em 2019 começaram com 2,53% em janeiro, segundo o boletim Focus do Banco Central, e terminaram o ano em 1,1%. Este ano, o BC já reduziu a previsão do PIB três vezes seguidas, para 2,17% esta semana.

A pandemia que tomou conta do “mercado” para redução das previsões é o coronavírus. Em 2019 não tinha o vírus e o resultado da economia foi desastroso, com o dólar disparando e outros US$ 44,7 bilhões deixando o país. E o ano continua com o dólar subindo e a bolsa caindo.

LÁGRIMAS DE CROCODILO

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém a taxa de crescimento de 2,5% em 2020, assim como mantém seu projeto de destruição do Brasil. Na véspera da divulgação do PIB, em almoço na casa de Salim Mattar, seu secretário de privatizações, Guedes ensaiou um choro e conclamou um grupo de arruaceiros para fazer manifestação em favor de suas contrareformas. “Temos só 15 semanas para mudar o país”, declarou.

FONTE: HORA DO POVO

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