A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa na última terça-feira (29) em Roma, foi encaminhada à Penitenciária Germana Stefanini, popularmente conhecida como a prisão feminina de Rebibbia. A unidade faz parte de um dos maiores complexos penitenciários da Itália e tem um histórico que combina superlotação, iniciativas de reintegração social e até visitas papais.
Um presídio com história e notoriedade
Fundada na década de 1950 para receber jovens infratoras, a prisão feminina de Rebibbia passou por diversas transformações ao longo dos anos. Até o fim da década de 1970, era administrada por freiras vicentinas. Hoje, integra o Complexo Penitenciário de Rebibbia, que abriga quatro instituições distintas, incluindo unidades para detentos de alta periculosidade, como mafiosos.
Um episódio emblemático ocorreu em 2020, quando um chefe da máfia siciliana atacou um guarda, mordendo-lhe o dedo. A prisão feminina, no entanto, também se destaca por ações simbólicas. Em 2024, o papa Francisco lavou os pés de detentas em uma cerimônia de Páscoa, quebrando protocolos tradicionais da Igreja. Meses antes, em dezembro de 2023, ele havia aberto uma “porta santa” na capela da unidade, em alusão ao ano jubilar da fé católica.
Superlotação e déficit de agentes
Segundo dados divulgados em 30 de julho de 2025, a unidade onde Zambelli está presa enfrenta superlotação. A capacidade oficial é de 272 internas, mas atualmente abriga 369 mulheres. A equipe de segurança também está abaixo do ideal: são 181 agentes penitenciários em atividade, enquanto o número previsto é de 214.
Estrutura e atividades para reabilitação
Apesar das dificuldades, a prisão oferece uma série de espaços e atividades voltadas à educação, cultura e reintegração social. Entre os equipamentos disponíveis estão salas de aula, biblioteca com audioteca, teatro, laboratórios, academias, campos de esporte e até uma creche para detentas com filhos pequenos.
Cursos nas áreas de filosofia, comunicação, educação, farmácia, patrimônio cultural e direito são oferecidos regularmente, muitos deles em parceria com universidades italianas. Também há oportunidades de trabalho dentro da unidade, em áreas como lavanderia, jardinagem, cozinha, costura e serviços gerais.
Contato com o mundo externo
As internas podem receber visitas de familiares e companheiros, mediante solicitação aprovada pela direção. Entrevistas com terceiros também são possíveis, desde que haja justificativa considerada adequada.
Foto: Reprodução de redes sociais.
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