Candeias: Os 117 milhões de caos e descasos com a Educação

Escolas sucateadas, e até em condições insalubres, marcam a “Indigestão Autarca Placebo” que despreza o presente e abandona o futuro de 11 mil alunos da rede municipal de ensino


Uma visita ao Distrito de Passé, a 10 km da sede de Candeias, na Região Metropolitana a 46 km de Salvador, e aos bairros do Centro, Malembá, Santa Clara e Sarandi deu para visualizar o desleixo com que a atual administração trata (ou destrata) a educação fundamental de mais de 11 mil alunos rede municipal.

As condições físicas dos prédios escolares lembram locais abandonados ao descaso de 3 anos e 7 meses de “Indigestão Autarca Placebo” que coloca em risco, inclusive, a saúde de estudantes, professores e trabalhadores do importante setor da sociedade candeense.

A reportagem esteve nas escolas Castro Alves e Antônio Cristino, no importante Distrito de Passé, Antônio Carlos Magalhães, na Praça do Malembá, na Escola Santa Clara, no bairro do mesmo, na Adriano Gordilho, no Centro, que fica próximo ao Terminal Rodoviário e também no Sarandi, na Marise de Campos, próximo ao Estádio David Caldeira (fotos abaixo), e constatou as más ou péssimas condições físicas das instalações que diretamente prejudicam o trabalho dos profissionais e também o aprendizado dos estudantes.

Escolas Marise Campos, no Sarandi, e Antônio Carlos Magalhães, no Malembá


Entre 2018 e 2019, a Prefeitura de Candeias recebeu R$ 117 milhões (centro e dezessete milhões de reais). Esse valor – que não foi conquistado pela atual gestão, mas apenas recebeu de ações do passado – daria para construir ao menos a mesma quantidade de unidades (creches e escolas), que é em torno de 65. Uma escola de padrão B do MEC (Ministério da Educação) com capacidade para 360 alunos por turno custa em torno de R% 1,4 milhão (um milhão e quatrocentos mil reais). Reformar efetivamente – não passar tinta de má qualidade e trocar algumas telhas e torneiras ou interruptores – custaria muito menos. Hoje, em caixa proveniente do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação), a Prefeitura tem em torno de R$ 125 milhões com os banqueiros.

As Escolas Adriano Gordilho, no Centro, Antônio Cristino, em Passé, e Marise Campos, no Sarandi, ainda apresentam pinturas realizadas na gestão do então prefeito Sargento Francisco há pelo 4 anos.

De 2016 para 2019 a arrecadação de Candeias cresceu de R$ 268 milhões para R$ 353 mi sendo que em 2018 foi R$ 447 milhões. Ou seja em 2 anos (2018 e 2019), a Prefeitura arrecadou a mais o ano de 2016: R$ 264 milhões a mais.

Ainda assim, somente agora – com a pandemia e por ser ano eleitoral e o autarca é candidato a reeleição – começam serem feitas “supostas reformas” em algumas das unidades que devem durar dias após o pleito.

Em Passé, um adolescente perguntado sobre a apenas o muro e a fachada estariam naquelas condições, ele disse “coisa é dentro”. No Sarandi, um transeunte afirmou: “Começaram a reforma depois da pandemia – há 2 meses – e nem a telhas recolocaram”.

Além disso, a falta de material escolar, de escritório, internet precária e merenda deficiente, sempre denunciada na Câmara Municipal pelo líder da oposição, Arnaldo Araújo (MDB) são constantes. Inclusive, no início da pandemia foram entregues produtos com data vencida.

Registre-se ainda o descaso com os professores e profissionais da educação que amargam arrocho salarial. Sem reajuste desde janeiro de 2017. A perda seria em torno de 18% (dezoito por cento).

Escolas Adriano Gordilho, no Centro, e Santa Clara, na Santa Clara


Fonte: Tudo News



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