Polêmica: gravação indica que pastores são favorecidos pelo Ministério da Educação; ministro pede demissão

Foto: Reprodução

De acordo com uma conversa de uma gravação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, o presidente Jair Bolsonaro supostamente beneficiou pastores ligados à educação. No áudio, o ex-ministro da educação Milton Ribeiro, que se demitiu na última segunda(28), afirmou que a prioridade era atender os municípios que mais precisam. "E, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", segundo ele, seguindo o pedido do presidente. 

Apesar da demissão do ex-ministro apresentar uma solução momentânea para o problema político no governo Bolsonaro,  as investigações abertas pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pela Polícia Federal para apurar as suspeitas de pagamento de propina para liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) continuarão.

O "pastor Gilmar" a quem Ribeiro se refere no áudio divulgado pela Folha de S.Paulo, é o comandante do Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações dentro da Assembleia de Deus, em Goiânia (GO), o pastor Gilmar Silva dos Santos, 61 anos, nascido em São Luís (MA). De acordo com seu perfil em páginas de redes sociais,  ele é formado em teologia, doutor em divindade e casado há 38 anos com a pastora Raimundinha. O pastor já pregou na Ásia, na Europa, na África e na América do Norte, dirige o Instituto Teológico Cristo para Todos (ITCT) e preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb).

Nesse cenário, não só Ribeiro, mas os aliados de Jair Bolsonaro instalados no centrão, e cujas cidades apadrinhadas foram beneficiadas com recursos do FNDE, podem entrar na mira. O atual presidente do FNDE é Marcelo Lopes da Ponte, ex-chefe de gabinete do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).

Na esfera criminal, por sua vez, a Polícia Federal mira crimes como corrupção, por exemplo, supostamente praticados para favorecer os indicados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. A PF abriu dois inquéritos. O primeiro deles foi aberto na Superintendência da PF no Distrito Federal e irá apurar as suspeitas apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União sobre distribuições de verbas do FNDE.

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